A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
Meio dia,
um dia e meio,
meio dia, meio noite,
metade deste poema
não sai na fotografia,
metade, metade foi-se.
Mas eis que a terça metade,
aquela que é menos dose
de matemática verdade
do que soco, tiro, ou coice,
vai e vem como coisa
de ou, de nem, ou de quase.
Como se a gente tivesse
metades que não combinam,
três partes, destempestades,
três vezes ou vezes três,
como se quase, existindo,
só nos faltasse o talvez.
Peço algum tempo, desenvolver sentimentos não é uma tarefa tão fácil.
Apenas se sente quando se é livre.
Liberdade!
A incerteza domina todos os sentidos quando não se tem mais pra onde correr.
Queria tentar ser um pouco mais flexível.
Buscar a simplicidade das coisas sem se preocupar com fatores externos.
Crescer na mesma velocidade da luz.
Entrar sem medo de não encontrar saída.
Sempre volto ao mesmo ponto.
Encontro, desencontro.
O que há?
Acendo um cigarro!
Faz muito tempo, não foi suficiente.
E eu continuo tentando ir adiante.
O medo e a coragem ainda andam lado a lado.
Espero que algum dia minhas dúvidas se apaguem com a mesma velocidade das cinzas de um cigarro.