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terça-feira, 25 de março de 2014

Léo Ferré

Devido o post de música francesa ter ficado muito extenso e com isso dificultar um pouco a visualização dos leitores, resolvi fazer postagens separadas. O post contará hoje com o cantor franco- monegasco Leo Ferré, mais um pedido de um leitor e que só hoje tive espaço de tempo para criar algo no mínimo interessante. 
Leo Ferré foi um poeta anarquista e músico. Enquanto músico foi autor, compositor e intérprete de um grande número de canções. Viveu no Mónaco, Paris, departamento de Lot e na Toscana, onde terminou os seus dias. O elevado nível poético das letras das suas numerosas canções costuma refletir um inconformismo radical de cunho anarquista e a qualidade da música e da interpretação situam-no nos maiores vultos da moderna canção francesa. Autor de duas grandes séries de canções sobre textos de Baudelaire e Louis Aragon, utilizou também poemas de Ronsard, Apollinaire, Arthur Rimbaud entre outros.
Abaixo segue o torrent com a discografia, me avisem caso ela não dê certo, e tbm um vídeo com uma das canções dele.





Avec le Temps

Com o tempo 
Com o tempo tudo parte 
Esquecemos a cara e esquecemos a voz 
Quando o coração já não bate já não vale a pena ir 
Procurar mais longe é preciso deixar e é muito bom


Com o tempo 
Com o tempo tudo parte 
O outro que adorávamos que procurávamos à chuva
O outro que adivinhávamos na sombra de um olhar 
Entre as palavras entre as linhas e no cansaço 
De um sermão maquiado que vai fazer a sua noite 
Com o tempo tudo desvanece


Com o tempo 
Com o tempo tudo parte 
Mesmo as melhores recordações tens uma destas caras 
No centro comercial confusão no linear da morte 
Sábado à noite quando a ternura se vai embora sozinha


Com o tempo
Com o tempo tudo parte
O outro em que acreditávamos por uma constipação por um nada
O outro a quem dávamos o vento e joias
Por quem teríamos vendido a alma para alguns tostões
À frente de quem rastejávamos como rastejam os cães
Com o tempo tudo se resolve


Com o tempo
Com o tempo tudo parte
Esquecemos as paixões e esquecemos as vozes
Que nos diziam muito baixo as palavras das pobres pessoas
Não voltes muito tarde sobretudo não apanhes frio


Com o tempo
Com o tempo tudo parte
E sentimo-nos brancos com um cavalo cansado
E sentimo-nos gelados numa cama de ocasião
E sentimo-nos sós talvez mas tranquilos
E sentimo-nos roubados dos anos perdido
Então verdadeiramente
Com o tempo já não amamos