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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

17:07



Eu não gosto desse cheiro de pavor adocicado
Não suporto mais olhar pra dentro de mim
Procurando um refúgio em longo prazo
Perder o rumo me parecia mais emocionante
Onde foi que o tempo parou de correr?
Sinto meus pés tropeçando no vazio
Sinto minhas mãos buscando algum alívio.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015




Sinto como se estivesse mastigando meu próprio coração, ás vezes lento, ás vezes não; Pacientemente suspiro meu último grito de socorro, como sair da morte já estando morto? Cada pedaço meu desmonta o próprio ego, que desce seco pela garganta, tentando atingir alguma parte que ainda respire.
Qual a diferença entre ir embora e permanecer longe? O que está aqui não basta, não estou aparentemente ao seu lado como eu deveria estar. 
Eu corro atrás de um sentimento lindo, que sinto, vejo, compartilho, mas esse sentimento tem vergonha quando se olha no espelho. 
Tem vergonha da forma como vive, do que se tornou...
Não estamos seguras o suficiente, você me diz que não sabe mais pra onde correr, eu peço que corra pra longe de mim, mas você insiste, você cai em meus braços como se eu fosse seu porto seguro. 
Você vai permanecer em mim porque eu permaneço em você.
Já não adianta nos quebrar, aos poucos cada pedaço volta ao seu lugar, diga que vai ficar,  não posso sair pra te buscar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Quer dizer que as coisas andavam bem...


Só me diga que se lembra das coisas que joguei fora
 Das cartas e cigarros mal tragados de tanta preocupação.
A noite inteira esperando um telefonema e adormecer com o telefone na mão.
Quer dizer que as coisas andavam bem...
Mas então porque eu me sentia aleijada perto de você?
Eu enfrentei uma batalha dentro da minha cabeça
Só nós sabemos o que é passar trancafiado dentro do medo
Não é por você que eu temo
Tampouco por mim
São pelas falhas que me perseguem
Pelas alucinações que não me deixam dormir
Será que um dia vamos entender?


Que essa batalha faz parte de mim e não de você.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

O Poder Da Empatia!


Segundo Roman Krznaric (autor do livro o poder da empatia, sociólogo e conselheiro na ONU), “EMPATIA é a arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo.”
Empatia seria como um antídoto poderoso nesses nossos tempos de individualidade, uma grande ferramenta, bastante eficaz, para se obter uma vida melhor.
Nosso cérebro é equipado para a conexão social, mesmo que muitas vezes achemos que a individualidade é fator primordial, e que sem ela não obteremos sucesso seja na vida profissional ou amorosa. Temos uma máquina pensante que com certo esforço e força de vontade obterá níveis de empatia imensos, exigirá de si mesmo a conexão com outro, o “colocar-se no lugar do outro” e sentir essa transformação.
Você pode não acreditar, mas a empatia é uma característica inerente, própria do nosso ser, sendo assim, ela só precisa ser desenvolvida, despertada, de modo que vire algo do nosso cotidiano.
A habilidade de compreender os sentimentos, as emoções, os pensamentos e as experiências das pessoas com as quais nos relacionamos.
A habilidade de ter a perspectiva de outros, reconhecer a perspectiva deles como verdade.
Sabemos que é difícil reconhecer emoção em outras pessoas e comunicar isto, de forma que não haja julgamentos pré estabelecidos, não haja preconceitos, e é exatamente nessa hora que devemos usar a nossa empatia, precisamos sentir com a pessoa.

Vale um exemplo:
Imagine que sua amiga se encontre presa em uma situação que não sabe como sair, neste caso, ao usar a sua empatia, você se conecta a essa pessoa a ponto de sentir o desespero dela e assim poder apoiá-la, sem julgamentos, sem críticas.

Pratiquemos a nossa empatia em casa, no ambiente de trabalho, no trânsito e em todos os nossos relacionamentos.
Acredite, as mudanças são muitas, e pra melhor.



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Decerto!

De certo modo
A grossos olhos
tudo se baseia
nada clareia

a reação
o coração
tudo pulsa
nada julga

a grosso modo
em certos olhos
o coração reage
e sem porquê...

...o sentido invade.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A incrível busca pelo vazio social.



Quem são essas pessoas merecedoras da minha atenção?
Quem são esses seres mágicos e benevolentes por quem clamo contato?
Ninguém.
Uma vez ninguém quis conversar comigo. Ninguém me chamou pra sair. Ninguém me ajudou quando precisei. Ninguém me apoiou em uma situação crucial.
Uma vez alguém me humilhou. Alguém brigou. Alguém ameaçou me bater. Alguém esboçou sua inútil permanência nesse mundo.
Dito isso tudo, vou confessar aqui e agora que sonho com um mundo cheio de ninguém, busco o vazio social, a plenitude de viver consigo mesmo.
Fraqueza?
Que seja uma linha fraca da minha cabeça, um colapso que resultou de grandes decepções, um rancor acumulado pronto pra explodir.
Ai como eu quero essa explosão.
Quero que voe estilhaços de angústia pra todo lado, quero ser vazia, quero estar vazia de tudo, de todos, quero permanecer a mulher bomba dos sentimentos nocivos.
Quem vive em prol do outro se esquece de si mesmo, permite que adentrem seu peito sem pedir licença, derrubem café quente na sua sala de estar e limpem a sujeira com a cortina, faz festa no seu coração e larga toda a sujeira pra você limpar.
Estou farta do passado, cansada do presente e receosa com o futuro.
Quem além de mim sabe mais de mim do que eu?

Foda-se esse âmbito social.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Da tua garganta.



Das consequências do corpo decadente!






Da tua garganta escorre o veneno
Veneno que entranha a superfície 
Dissolve o câncer que te aflige

Da tua garganta ecoam os gritos
Ultrapassando as sombras 
Mantras exaltando martírios.

Da tua garganta o desconhecido sai
Perfurando o outro que te acode
Meros animais.

Da tua garganta, aflita e atônita
Conhece-se o seu âmago
Extrai-se a loucura, absorve seu pranto.

Delicatessen

Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível dos animais. Das criaturas. Vá lá. Gosto de voltar a este tema. Outro dia apareceu uma moça aqui. Esguia, graciosa, pedindo que eu autografasse meu livro de poesia, "tá quentinho, comprei agora". Conversamos uns quinze minutos, era a hora do almoço, parecia tão meiga, convidei-a para almoçar, agradeceu muito, disse-me que eu era sua "ídala", mas ia almoçar com alguém e não podia perder esse almoço. Alguém especial?, perguntei. Respondeu nítida: "pé-de-porco". Não entendi. Como? "Adoro pé-de-porco, pé-de-boi também". Ahn... interessante, respondi. E ela se foi apressada no seu Fusquinha. Não sei por que não perguntei se ela gostava também de cu de leão. Enfim, fiquei pasma. Surpresas logo de manhã.

Olga, uma querida amiga passando alguns dias aqui conosco, me diz: pois você sabe que me trouxeram uma noite um pé-perna de porco, todo recheado de inverossímeis, como uma delicadeza para o jantar? Parecia uma bota. Do demo, naturalmente. E lendo uma entrevista com W. H. Auden, um inglês muito sofisticado, o entrevistador pergunta-lhe: "O que aconteceu com seus gatos?" Resposta: "Tivemos que matá-los, pois nossa governanta faleceu". Auden também gostava de miolo, língua, dobradinha, chouriços e achava que "bife" era uma coisa para as classes mais baixas, "de um mau gosto terrível", ele enfatiza. E um outro cara que eu conheci, todo tímido, parecia sempre um urso triste, também gostava de poesia... Uma tarde veio se despedir, ia morar em Minas... Perguntei: "E todos aqueles gatos de que você gostava tanto?" Resposta: "Tive de matá-los". "Mas por quê?!" Resposta: "Porque gatos gostam da casa e a dona que comprou minha casa não queria os gatos". "Você não podia soltá-los em algum lugar, tentar dar alguns?" Olhou-me aparvalhado: "Mas onde? Pra quem?" "E como você os matou?" "A pauladas", respondeu tranqüilo, como se tivesse dado uma morte feliz a todos eles. E por aí a gente pode ir, ao infinito. Aqueles alemães não ouviam Bach, Wagner, Beethoven, não liam Goethe, Rilke, Hölderlin(?????) à noite, e de dia não trabalhavam em Auschwitz? A gente nunca sabe nada sobre o outro. E aquele lá de cima, o Incognoscível, em que centésima carreira de pó cintilante sua bela narina se encontrava quando teve a idéia de criar criaturas e juntá-las? Oscar, traga os meus sais.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Essa tal felicidade.


O que é ser feliz?
Talvez a pergunta teria que ser mudada para “como posso ser feliz?”, mas isso não seria justo comigo e nem com você que perderá seu tempo lendo este pseudo relato, e digo pseudo justamente pelo fato de tudo na minha vida estar ligado a pseudo acontecimentos, pseudo estado de espírito, pseudo relacionamentos,  pseudo (insira aqui qualquer outra palavra ou sentimento que ache relevante).
Quantos de nós já não passaram um bocado da vida tentando encontrar essa plena felicidade de que tanto falam? Ou mesmo perderam parte do tempo batendo a cabeça na parede das frustrações, esperando por uma súbita vontade de sair sorrindo para o mundo? Qual a vantagem de correr atrás de algo que sequer consegue ser concreto? Como esperar algo concreto quando o máximo que se pode ter é um momento relapso e mínimo de espiritualidade saltitante? Desculpe-me pela zombaria, mas não consigo evitar.
Esse ser feliz que esperamos não existe, não inventaram o método eficaz da felicidade, e mesmo que o fizessem, não serviria para todos, não poderíamos tê-lo em mãos como a verdade absoluta. A necessidade de esperar sempre por algo nos arrebenta aos poucos, e sem perceber vamos enchendo o corpo de expectativas, entulhando a cabeça com pseudo sentimentos que no fim não nos servem pra nada.
E pensando bem, que fim seria esse? A morte? A mudança? A perda? Nada justifica, nada acrescenta, tudo inunda mais e mais a mente, que fica cansada de tanto relutar e relutar. E essa felicidade chega é no fim? Se sim, qual a vantagem formidável de se ter algo quando aparentemente não poderemos desfrutar? Que grande ironia seria. É mórbido olhar pra dentro de si mesmo e procurar essa tal felicidade, se perguntar é pior ainda, mas ruim mesmo é ter que responder isso pra alguém, é ter que ter esse estado de espírito, como se fosse uma espécie de obrigação. Aí não dá!
Ninguém é obrigado a estar sempre por estar, estar alguma coisa depende de cada um, o seu estar é diferente do meu, que é diferente de todos ao nosso redor. Eu não vou estar feliz enquanto esse estar depender da aprovação de alguém que sequer me conhece, eu não vou ser feliz enquanto não o ser, e acho que isso finaliza essa incansável busca pelo elo perdido, isso mostra que independente de querer ou não, tudo faz sentido quando se é.
A felicidade não depende de mim e nem de você, não depende de nada concreto, depende apenas da condição de ser livre, de ser...
E caso você não o seja, e muito menos deseje ser algum dia, saiba que te admiro por não entrar nessa louca paranoia delirante que é ser.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Martírios entrelaçados.

Eu andei por rios cobertos de mágoas
Trilhei caminhos de obstáculos longos
Passei por entre feras desconhecidas
Comunguei com anjos e demônios
Festejei reis e mudanças de tronos
Fracassei nos momentos mais inoportunos
Tentei eleger rainhas de cabelos longos
Chorei sem querer me redimir
Vangloriei estátuas intercaladas
Cuspi em pratos que não comi
Gozei de memórias obscuras
Apaguei as luzes no fim do túnel
Reconfortei fetos da santíssima trindade
Abortei santas sujas
Afoguei meus princípios
Urinei na linha dos bons costumes
Danei-me em tanto azedume
Por fim, refutei toda essa falsa liberdade.
Que futuro inóspito me aguarda?
Entre tanta falha e desgraça
Arremesso-me no que há por vir.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Conto da Chuva!


Era noite, pessoas caminhavam sem destino em frente ao meu portão, ele, porém, me ouvia enquanto reparava todos os detalhes do meu rosto.
Ficamos ali por horas, dialogando assuntos pendentes, bobagens, coisas relevantes, olhando além e tentando talvez adivinhar o que se passava na cabeça um do outro. Eu sabia que precisava resolver alguma coisa, e sabia q ele esperava justamente por esse determinado assunto. Eu fugia como o diabo da cruz, inventava histórias, contava piadas, falava sobre tudo e todos, menos do que realmente importava naquele momento.
Eu havia pensado, por duas noites pra ser mais exata. Por vezes tentei fugir dos meus próprios pensamentos, não consegui. No fundo eu sabia que já estava na hora de chegar a alguma conclusão. E cheguei!
Não queria aceitar o fato de ter decidido algo que vai além do meu controle, tentei de todas as formas reavaliar a decisão, prós, contras, prós, mesmice. Precisava escolher outra direção.
Foi o que fiz.
Estava ali, parada, de frente pra ele, observando cada gesto, cada olhar, mas sem ouvir uma palavra que saía de sua boca. Naquele momento não queria ouvir absolutamente nada, precisava apenas observar, sentir, tentar descobrir o que me prendia e o que me intimidava. Parecia ser fácil. 

Mas não era! Não é! Nunca foi!
Despedi-me, pedi pra que fosse embora, não queria continuar ali naquele silêncio, esperando tomar coragem e dizer tudo de uma só vez. Ia chover, e não queria que ele pegasse um resfriado.
Entrei em casa com a certeza de que a conversa continuaria.
Mas não continuou.
Meu telefone não tocou e não recebi nenhuma mensagem. Comecei a achar que deveria ter deixado as coisas mais claras, me culpei por algum tempo, tentei achar explicação pelo breve sumiço, mas nada se resolveu. Eu estava preocupada.
Três da madrugada, a campainha toca, a chuva caindo lá fora e eu me perguntava:
-Porque ele voltou? Nessa chuva? Não acredito.
Fui até lá, a chuva estava forte, e ele, parado em frente ao portão, ensopado.
Ao abrir o portão, vejo ele se aproximar, olhar bem pra mim, e ao se aproximar um pouco mais, me beija... Eu correspondo. Naquele momento aquilo me parecia o certo a se fazer, naquele momento eu sentia que nada mais importava, eu estava ali, com a chuva escorrendo pelo meu rosto, recebendo um beijo de alguém que me amava...
Ou parecia me amar.
Entramos em casa, sentamos no sofá e ficamos conversando por mais algumas horas.
E a conclusão?
Nenhuma... Tudo se perdeu no decorrer da conversa e a noite não passou de uma mera tentativa.
Falhou...
Como sempre falha.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Novembro, 3

Só Deus sabe quantas vezes mergulho no sono com a esperança de nunca mais despertar; e, pela manhã, quando arregalo os olhos e torno a ver o sol, sinto-me profundamente infeliz. Oh! se eu pudesse mudar de humor, entregar-me ao tempo, a isto ou àquilo, ao insucesso de uma iniciativa qualquer, ao menos o fardo dos meus aborrecimentos não pesaria tanto. Que desgraçado que sou! 
Sinto-me perfeitamente o unico culpado ... Não, não sou culpado, mas é em mim que está a fonte de todos os meus males, como outrora a fonte de toda a minha felicidade. Não serei mais o homem que então nadava num mar de rosas, e a cada passo via surgir um paraíso, e cujo amor era capaz de abranger o mundo inteiro? Mas o coração que assim pulsava está morto, não produz mais os arrebatamentos de outros tempos; meus olhos, agora secos, não se refrescam mais de lágrimas benfazejas, e a angustia abafa os meus sentidos, contrai e enruga a minha fronte. Aumenta o meu sofrimento verificar que perdi aquilo que fazia o encanto da minha vida: sagrada e tumultuosa força graças à qual podia criar mundos e mundos em torno de mim. Essa força não mais existe! 
Quando contemplo, da minha janela, o sol matutino rasgar a bruma sobre a colina distante, iluminando a campina silenciosa no fundo do vale, e vejo o riacho tranqüilo correndo para mim e serpenteando entre os salgueiros desfolhados, essa natureza me parece fria e inanimada como uma estampa colorida. Todos esses encantos não, me podem fazer subir do coração ao cérebro a menor sensação de felicidade, e todo o meu ser permanece perante Deus como uma fonte estancada, como uma ânfora vazia! Quantas vezes caio de joelhos sobre a terra, implorando de Deus algumas lágrimas, como um semeador implora a chuva, se sobre a sua cabeça o céu é de bronze e, em torno, a terra estala de sede. 

Mas, ai de mim, não é a impetuosidade das nossas preces que fará com que Deus conceda a chuva e o sol. E os tempos, de que sinto uma torturante saudade, só eram felizes porque pacientemente eu me confiava ao seu espírito e recebia de todo o coração, com um vivo reconhecimento, as delícias que Ele derramava sobre Mim.

"Os sofrimentos do Jovem Werther" de Goethe.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Corpo!

Máquina feita de carne viva, sangue quente e energia ás vezes muito quente, outras vezes fria. Massa que me carrega e me desloca para qualquer que seja o lugar, não importa distância, pernas curtas que se alongam conforme a necessidade.
Caixa que emite sons, grita de dor e expele tudo de irrelevante no final do dia. Não armazena coisa ruim, vive do bom e do essencial. Contorce-se quando sente dor, mas segura firme até cessar.
No andar de cima trava lutas diárias entre uma emoção e outra, obrigando o andar de baixo se meter em situações irresponsáveis.
O apego e a curvatura dos braços se aventuram em abraços contidos, disformes. O contato se mistura com a sensação de viver, o suor escorre e mostra que cada parte está no seu lugar, funcionando como deve.
Lábios de cima se mexem na leveza dos sons, a inquietude da língua apara a insensatez das cordas vocais, um misto de firulas que acompanham um simples diálogo.
Esse corpo emana odores, se encarrega de monitorar o que de necessário entra nele. Algumas coisas entram e sai, o que fica já é visto como intruso, o corpo reage. Ele sabe o que está ali só de passagem.
Buracos para sentir cheiro, buraco para sentir prazer, buraco para defecar, buraco pra ouvir e pra lamentar. Nosso corpo é furado e cada furo complementa essa máquina que anda, estraga, cai, chora, machuca, derruba, se enfurece, ri , destrói...
 Lábios sensíveis, que fazem parte da dança do corpo, do contato e afago matinal, da sensibilidade contida em torno de todo o órgão genital. Parceiros do prazer envolvido em apenas uma das partes que gritam.
E se contorcem de prazer!
Tantas vezes se perdem no sentir, uma das válvulas de escape que o corpo possui. Peitos que choram e faz de seu choro alimento, localizados na parte externa dessa máquina que pulsa. Revestido por camadas firmes e aveludadas, composta por pelos que nos protegem e enfatizam nossa natureza.
Meu corpo, nosso corpo, seu corpo.
Uma sinfonia de nervos que se encontram e marcham na aventura de sempre serem vivos e ativos.
Uma máquina singular que não tem hora certa pra parar de funcionar, mas que faz o possível pra sustentar toda essa nossa inquietude de ser e se encontrar dentro de cada um de nós.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Cacos!

Meu coração pulsa querendo ferozmente sair pela boca.
Vou nutrindo sentimentos negativos a cada dia que passa, pensamentos horríveis que não deveriam sequer existir. Me olho no espelho e não vejo nada além de sufoco e preocupação, olheiras que aumentam e mostram para o mundo o quanto está sendo difícil manter o equilíbrio e carregar tanta frustração.
O que aconteceu com toda a energia contida em meu âmago?
Esvaiu-se!
Tentei prendê-la, mas escapou-me entre os dedos, dedos esses cansados de tanto segurar em ponta de iceberg, se esforçando ao máximo pra não se afogar, mas com a certeza que morrerei congelada no fim.
O sentimento de impotência anda me rondando, a sensação de estar fazendo demais me assombra por dentro. O monstro da agonia já penetrou suas garras em minhas costas e a dor perdura sem cessar.
Não passo de uma criança mimada, se escondendo atrás da cortina do medo.
Sou feito um vaso quebrado que se cola errado.
E já me quebrei tantas vezes...


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Essas Mulheres...

Que existem homens importantes na história nós já sabemos, até porque nos é introduzido tal pensamento desde cedinho, quando ainda nem aprendemos a falar direito. O mundo sempre fez questão de estampar esses homens inteligentes e poderosos, que tanto ajudaram na história do nosso país e do mundo.
Mas e as mulheres?
É claro que em um mundo praticamente governado por homens não é de se espantar que o protagonismo total sejam deles, não é mesmo? Mas existe uma outra parte da história que nos passa despercebida, parte essa que deveria ser contada tanto quanto a que estamos acostumados a ouvir.
Quem nunca ouviu aquela famosa expressão: "Mulher não serve pra exatas, apenas pra humanas."? ou então teve que enfrentar um machismo tremendo nas faculdades de engenharia?
Fato é que existem muitas mulheres importantes nesse mundo, minha gente. Mulheres na ciência, na matemática, na química em tudo quanto é parte. Mulheres que inventaram, melhoraram e continuam aí guerreiras enfrentando os preconceitos da vida. E como contra fatos não há argumentos, deixo aqui uma lista enorme de várias dessas mulheres maravilhosas, cheias de poderes e fome de vencer.
Mulheres que enfrentaram uma barra para exercer e ser o que pretendiam, mulheres que foram barradas tantas vezes na publicação de um livro, que na maioria homens pegavam a autoria e sobrava para a verdadeira autora apenas o trabalho árduo de escrever. 
Sonho ainda com um mundo onde mulheres não sejam privadas disso ou aquilo, que não sejam enquadradas num determinado lote de pessoas limitadas, que não passem nenhuma barra num curso de exatas, que não ganhem menor salário que o homem para executar as mesmas atividades, que não sejam alvo dos olhares duvidosos ao estarem dirigindo ou desmontando carros.
Enfim, informação nunca é demais, e quando essa informação nos é negada ou até mesmo modificada para fins nada legais, precisa-se buscá-la, e sendo assim, segue abaixo a minha modesta participação dentro desse assunto.
Carmen da Silva

Numa mulher, a primeira etapa da sabedoria consiste em ler corretamente as mensagens de sua inteligência; a segunda, em interpretar as de seus ovários; até aí, pelo menos, já cheguei.


Charlotte Brontë

“Que nunca andara neste mundo louco maior do que Jane Eyre, que nunca maior idiota fantasista se enganara a si próprio com mentiras e falaciosas nem engolira tanto veneno como se fosse néctar.”


Anne Brontë

How can you still be sighing When smiles are everywhere?


Emily Brontë

A pólvora permaneceu tão inofensiva quanto areia, porque nenhum fogo chegou perto para a fazer explodir.


Cristina de Pisano

“...as mulheres são constantemente apresentadas de modo preconceituoso e sem motivo justo..”

Louise Labé

Não dá para viver bem-comportada; Bem mais feliz me sinto, e contentada, Quando cometo algum atrevimento.

Olympe de Gouges

“Uma mulher tem o direito de subir ao cadafalso; ela deve ter, igualmente, o direito de subir a uma Tribuna.”

Mary Wollstonecraft


“Que mulher partilhe dos direitos dos homens e ela estimulará suas virtudes.”






Marie Curie




“Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade.”

Gertrude Elion

"Não tenha medo de trabalho difícil. Nada vale a pena se vem fácil. Não deixe que os outros o desanimem ou digam-lhe que você não pode fazê-lo. Na minha época, disseram-me que as mulheres não entram na Química. Eu não vi nenhuma razão para que eu não pudesse entrar."

Jane Goodall

“Milhares de pessoas que dizem que "adoram" animais sentam-se uma ou duas vezes ao dia a desfrutar a carne de criaturas que foram completamente privadas de tudo o que poderia tornar as suas vidas dignas de serem vividas e que suportaram o horrível sofrimento e terror dos matadouros.”

Johanna Döbereiner

Até hoje, de vez em quando, paro e penso: engraçado, no trabalho jamais alguém me fez sentir que sou mulher.

Grace Hopper

"O navio é seguro quando está no porto, mas não é para isso que se fazem navios."

Ada Byron

“Se você não pode me dar poesia, pode dar-me então ciência poética?”

Contiua...


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Era uma vez...

Era uma vez uma menina tímida e totalmente imersa nos próprios sentimentos e confusões.
Era uma vez uma moça extrovertida e totalmente imersa nos próprios sentimentos e depressões.
Era uma vez uma mulher fechada e totalmente confusa com os próprios sentimentos e limitações.
A cada ano de vida uma coisa nova acontecia, um mundo cheio de coisas e funções se abria e a chamava para participar.
Eram coisas que faziam parte do aprendizado e da evolução dela como pessoa, coisas que após algum tempo não existiriam mais.
Essas coisas não puderam tomar seu lugar na vida dela, pois seu tempo era corriqueiro e curto.
Ela possuía uma casa, família e sonhava com um cachorro.
Grande e peludo.
Queria correr o mundo e senti-lo com as pequenas mãos, correr descalço e usar toda a liberdade que mantinha dentro do peito.
Estava pronta pra ser livre, mas foi cortada antes de tentar.
Mais tarde desenvolveu uma guerra dentro de si, que tentava de toda forma exteriorizar, mas nem sempre isso era bom, nem sempre funcionava.
Toda a liberdade contida se transformou em medo.
Lutava contra tudo e todos.
Queria matar, machucar, amar, trair, magoar, aceitar, desculpar.
E tudo ao mesmo tempo.
Queria ganhar e perder.
Queria.
Hoje ela ainda luta, imersa em todos os sentimentos mal resolvidos e a vontade louca de ser.
Talvez.
Uma pessoa livre.
Completamente.
Livre.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Das Partes Ausentes.

Viver em um mundo de neura é o mesmo que ser jogado em um moedor de carnes... 



A dor provavelmente deve ser a mesma.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Inquietação!

Take me out tonight
Oh take me anywhere
I don't care, I don't care, I don't care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one, no no no
Oh, I haven't got one...

Posso estar me precipitando, posso estar tentando preencher a mesma folha de papel que no passado deixei em branco.
Posso tentar te olhar firmemente nos olhos e enxergar o desejo que só encontro em mim, posso ficar parada na sua frente esperando você tentar de alguma forma agir.
Posso me esquivar de todas ao meu redor, esperando apenas um sorriso seu.
Posso te barrar de todas as formas possíveis, posso te dizer algumas mentiras, mentir pra mim e pra você.
Mas não posso entrar no seu mundo e te forçar a me querer...
Talvez eu tenha mesmo me precipitado, ter dito coisas que não fazem sentido nenhum.
É fácil mentir, a mentira alcança níveis que de longe passam despercebidos para a nossa atual situação.
O difícil é ver além das coisas, tudo pode estar estampado, mas nada do que eu diga será de alguma forma válido.
Não pra você!
Contradições também são válidas, mas o que eu sinto não importa, nem pela sua cabeça passa.
 Qualquer bagagem fica mais leve quando alguém te ajuda a carregar, e qualquer defeito se torna qualidade quando se aprende a aceitar!

Take Me.


Olha, não é fácil andar em linha reta, estou acostumada a seguir pelo caminho torto, onde poucas pessoas se arriscam a caminhar...
Pensa! Como poderia dar certo algo que começou com tanta facilidade? Como poderia não dar? Como poderia? Não?
 Eu estou entrando mais uma vez nesse labirinto de perguntas sem respostas. Acostumei-me! Acostume-se!
1,2,3...
   Tac tic tac tic...
Nem relógio eu tenho, nem tempo eu marco, sou de saber das coisas na última hora, não acompanho gente que corre demais, canso rápido, me acostumo na mesma velocidade, vira rotina, canso de novo, me desacostumo mais rápido ainda, quando penso não durmo, quando durmo não penso, sonho, pesadelo, fobias, lugares me dominam, saio, corro, volto, ando devagar, vejo e não falo, falo e não vejo, faço muitas coisas ao mesmo tempo e ao mesmo tempo não faço nada. Tempo... Pra que relógio? Horas? Marco e não faço nada marcado, é tudo vazio até o ponto em que se torna cheio. Meio termo, tudo nada é!
Escrevo, me lembro, esqueço! De nada adiantaria escrever se não fosse com a intenção de riscar e colorir pensamentos... Medos!
Puro desepero.

The Expose Project

Nada mais legal que olhar no espelho e se sentir bem com o próprio corpo, não é mesmo?
E mais legal ainda é um projeto que faz pipocar na nossa frente um monte de imagens de mulheres reais e felizes com seus respectivos corpos de todos os tamanhos, idades, raças e formatos.
The Expose Project é isso, 96 mulheres fotografadas do jeitinho que são, sem photoshop nem nada, tudo simples e real.

Todas nós somos mulheres reais, assim como esse projeto nos apresenta, mas a mídia faz com que pensemos o contrário, as imagens que nos representam são irreais, são padrões e não precisamos deles.
Somos lindas ao natural, LINDAS!
Deixo aqui a ativista responsável pelo projeto e também a fotógrafa que realizou essas belezuras de imagens.
Aqui você encontra o site oficial do projeto com todas as fotos.