Eu andei por rios cobertos de mágoas
Trilhei caminhos de obstáculos longos
Passei por entre feras desconhecidas
Comunguei com anjos e demônios
Festejei reis e mudanças de tronos
Fracassei nos momentos mais inoportunos
Tentei eleger rainhas de cabelos longos
Chorei sem querer me redimir
Vangloriei estátuas intercaladas
Cuspi em pratos que não comi
Gozei de memórias obscuras
Apaguei as luzes no fim do túnel
Reconfortei fetos da santíssima trindade
Abortei santas sujas
Afoguei meus princípios
Urinei na linha dos bons costumes
Danei-me em tanto azedume
Por fim, refutei toda essa falsa liberdade.
Que futuro inóspito me aguarda?
Entre tanta falha e desgraça
Arremesso-me no que há por vir.