segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
A incrível busca pelo vazio social.
Quem são essas pessoas merecedoras da minha atenção?
Quem são esses seres mágicos e benevolentes por quem clamo contato?
Ninguém.
Uma vez ninguém quis conversar comigo. Ninguém me chamou pra sair. Ninguém me ajudou quando precisei. Ninguém me apoiou em uma situação crucial.
Uma vez alguém me humilhou. Alguém brigou. Alguém ameaçou me bater. Alguém esboçou sua inútil permanência nesse mundo.
Dito isso tudo, vou confessar aqui e agora que sonho com um mundo cheio de ninguém, busco o vazio social, a plenitude de viver consigo mesmo.
Fraqueza?
Que seja uma linha fraca da minha cabeça, um colapso que resultou de grandes decepções, um rancor acumulado pronto pra explodir.
Ai como eu quero essa explosão.
Quero que voe estilhaços de angústia pra todo lado, quero ser vazia, quero estar vazia de tudo, de todos, quero permanecer a mulher bomba dos sentimentos nocivos.
Quem vive em prol do outro se esquece de si mesmo, permite que adentrem seu peito sem pedir licença, derrubem café quente na sua sala de estar e limpem a sujeira com a cortina, faz festa no seu coração e larga toda a sujeira pra você limpar.
Estou farta do passado, cansada do presente e receosa com o futuro.
Quem além de mim sabe mais de mim do que eu?
Foda-se esse âmbito social.
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