segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mariana


Mariana.

Tentei desesperadamente
Lembrar-me do teu nome.
Juro que me esforcei ao máximo
E talvez eu nem consiga.
Vou, então, lhe chamar de Maria.
Precisei me desvencilhar do teu rosto
Esquecer o toque da tua mão.
Passar por cima dessa imagem
Que me atormenta tanto o coração.
Falo-te, quem sabe, um dia...
Sobre o que eu sentia
Sobre o que eu via
Sobre a capacidade em não ser capaz
De te guardar.
Não ir além do que me permitiu,
Simplesmente se ver amarrar
E não deixar o nó desatar.
Soube da sensação, gosto amargo
A amargar toda a boca.
Um breve silêncio, e aquele sorriso falso.
Falso em um bom sentido, como se
O olhar dela se penetrasse no sorriso.
Ela é a única que sorri com o olhar,
Disso tenho certeza. Certeza!
Era como o reflexo do sol no mar
É, era mais ou menos assim.
Não nego que uma vez tenha a beijado,
Quem não se encanta uma vez ou outra!
Estou certa do que fiz.
Mesmo não sabendo o que fazia.
Não vou mentir.
Confesso que me agradava a sua companhia
E isso eu jamais negarei.
No entanto não creio que me apaixonei.
Hoje acho que morrerei de poesia.
Daquela jovem pálida,
Não me lembro nem o nome que tinha.
Não é Maria, isso eu sei.
Não queria, mas talvez eu tenha gostado um
Pouco de me lembrar.
Não do nome, mas da sua feição.
Também daquele dia, daquele gesto
Daquela inocência sem razão.
De tudo um pouco, do pouco, tudo.
Da coragem que não tive.
Da saudade que sentia.
De todas as frases perdidas.
Daquele momento em que meu olhar cruzou o seu.
Talvez eu tenha sentido algo.
Talvez fosse paixão, talvez atração.
Não sei...
Talvez isso acontece quando se ama.
É, pode ser...
Por mim passou, depressa,
Como se fosse uma fugitiva.
Talvez um dia, lentamente, a esqueça
Assim como se esquece todas as coisas da vida. 

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