Ciúme me dá frio. Coloco logo uma blusa de lã para não o sentir. Vejo que não adiantou de nada. Reparo que tudo se tornou nada. Lembrei daquele filme. Sempre choro no final. Sempre. Me lembrei de seu rosto novamente. Consegui sorrir sem esforço. Grande coisa. Tem gente que não consegue. Começou a chover. Ouço barulho de trovão. Comecei a comer e até agora não consegui terminar. Ainda faz frio. Odeio me lembrar de espíritos. Acho que tenho algo de só. Pensando bem sou carente. Minha mãe sempre me falava isso ao pé do ouvido. Quando eu brigava por ego. Voltei a comer. Parece que não faz efeito, não sei pra que como. Vazio. Pensei em dar uma volta. Ver carros, prédios, vitrines, pessoas...Não. Vai que eu vejo espíritos novamente. Fechei a porta. Voltei pra casa. Não quero mais comer, não sinto fome. Meu pai chega hoje. Ele sempre me faz rir, me faz bem. Talvez traga algo mais quente, um sobretudo, uma manta. Ainda sinto frio.
- Sentindo frio?
Sabia que meu pai acharia estranho. Melhor procurar um cobertor. Mas não quero me deitar, sonhar ás vezes dá medo. Pessoas ainda andam sobrevoando minha cabeça. Sonho é um portal para espíritos. Medo. Medo não dá frio. Ainda bem. A voz de minha mãe ecoa pela casa. Ela fala tão alto. Meu irmão mais uma vez entra sem bater. Paciência. O relógio marca 23 horas. Acho que todos foram dormir. Não posso ouvir alguma música, meu fone de ouvido quebrou. Ou será que perdi? Não sei. Lá fora ainda chove. Mansinho. Fico brincando com as gotas de chuva na janela. Até que é divertido. Insônia. Quero dormir, mas esse frio me congela.
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