segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Mauro e Fausto.

A história começa onde termina, não existe meio, começo e muito menos fim.
 A história começa assim...

Mauro era um cara boa praça, simpático e agradável.
Fausto possuía todos os dons de cortejos e sabia muito bem como obter a atenção das pessoas.
Ambos possuíam qualidades parecidas, viviam e conviviam bem. Todo dia Mauro fumava um cigarro na companhia de Fausto, apenas um, nunca passava de um cigarro.
Sentavam em frente à televisão e apreciavam aquele cigarro, apreciando cada trago dado e conversando sobre variados temas, inclusive a vida dos outros. 
Fausto gostava de aumentar as coisas, mas não mentia.
Mauro já mentia descaradamente, e Fausto apenas concordava balançando a cabeça.
- Fausto, dona Maria está saindo com quatro caras ao mesmo tempo, será isso modos de uma senhora de idade? Lamentável.
-Pois é Mauro, fiquei sabendo que são seis. Veja só que barbaridade.
E assim a conversa fluía.
Uma vez ou outra convidavam mais pessoas para fumar um cigarro, ver televisão e jogar conversa fora. E assim o ciclo de amizade ia aumentando.
Mauro não gostava de se envolver, não tinha namorada e muito menos pretendia ter.
Fausto já se preocupava bastante com a vida amorosa, e entre um delírio e outro supria suas necessidades inventando histórias vagas para seus amigos.
Uns acreditavam, outros nem tanto!
Dentre as qualidades de Mauro, havia uma um tanto quanto curiosa, ele possuía um incrível bom gosto para as coisas, não podia ver absolutamente nada que queria igual.
- Que mochila legal hein, Fausto? Quanto foi? Onde comprou?
- Bacana né? Comprei-a por R$250,00. Não lembro o nome da Loja.
O preço verdadeiro seria R$50,00.
Nenhuns dos dois tinham controle das situações, eram viciados na mentira, mesmo sabendo que ela possuía perna curta e que, algumas vezes, até se tornava aleijada.
Mas teto de vidro sempre quebra, é só saber usar a pedra certa.
Uma vez foram para uma festa, cansaram da vida em frente à televisão e resolveram se divertir de outra forma.
Chegando lá encontraram alguns amigos e aproveitaram pra colocar a conversa em dia...
-Quanto tempo Ricardo, você sumiu lá de casa, por onde esteve?
- Tive que me mudar Mauro! Alguém da cidade inventou uma fofoca sobre minha mãe e ela já não estava sendo bem vista por aqui.
-Nossa, que barra cara. Mas me conta, como foi isso?
-Alguém disse que ela estava saindo com seis caras ao mesmo tempo. Até hoje não sei como alguém inventaria algo assim.
-...
Num outro canto da festa...
-Fala Patrícia, como vai você? E o Paulinho, tá bem?
-Ai Fausto, não estou muito bem não, Paulinho vai bem.
-O que houve?
- Algum tempo atrás inventaram que eu estava de caso com você, meu marido achou muito ruim e me largou, agora está morando em outra cidade com a atual esposa. Eu sei que você não inventaria nada disso, mesmo não sabendo quem foi... Mas acho que queriam acabar com meu casamento.
-...
Saindo da festa...
-Festa pesada hein Mauro, fiquei sabendo que o Gonçalves traiu a Patrícia e fugiu pra outra cidade com a amante. Veja só que absurdo. Quando ela me disse fiquei perplexo.
-Isso não é nada, Fausto! Ricardo me contou que sua mãe teve que mudar de cidade porque não estava dando conta de administrar todos os homens que ela tinha por aqui. Olha se pode? Ê dona Maria.
Mauro e Fausto são notáveis exemplos de amizade. Assim como a mentira nunca tem fim, essa amizade também não tem. Mauro e Fausto são grandes amigos, porque um completa o outro, um supre o vazio do outro, um ama o outro.

E esse amor? Ah, esse amor também é uma imensa mentira!

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